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Mas, afinal, quem somos?

11/05/2015 – Quarta aula

Quando alguém possui um perfil observador, é comum que temas como o individualismo da sociedade pós-moderna apareçam corriqueiramente nas rodas de conversas entre amigos. A discussão sobre valores, liberdade e individualidade, porém, quase nunca são trazidas à tona. Pior, quando o papo migra para esse assunto, a conversa esfria, o tema muda e, algumas vezes, a própria conversa se encerra. Por quê? Porque estamos muito dependentes.

Já notaram como tudo depende? Isto é certo ou errado? Você quer este emprego ou não quer? Essa é minha preferida: Você quer estar certo ou ser feliz? Enquanto assistia à aula “O homem e a psicanálise”, questões como essas martelavam em minha mente. Afinal, será que a dependência de regras para viver, conviver, trabalhar, estudar, brincar, etc., é realmente tão importante assim? Quem seríamos sem regras?

A meu ver, a reflexão é uma prática indispensável dentro da análise e, claro, da autoanálise. Sem ela, a visão sobre o que entendemos como real fica prejudicada. As pessoas que buscam sua individualidade para serem felizes acabam se assustando quando, de fato, se enxergam frente ao espelho chamado realidade. Isso porque a realidade imposta em meio a tantas regras não reflete a sua própria realidade. É como olhar para um espelho embaçado. É fascinante, porém, que num mundo cada vez mais individualista possamos compreender que só encontramos a nossa individualidade, o que somos de verdade, o que precisamos para sermos felizes, através do outro.

É evidente que não discuto aqui sequer a possibilidade de apelar ao senso comum e atribuir valor a tudo o que as pessoas dizem. Porém, de que maneira vamos “driblar” nossa própria consciência é enxergar nossa verdadeira face? Sem dúvida, a observação criteriosa de um analista, por exemplo, deve conduzir seus pensamentos de maneira mais assertiva, a fim de que possamos, enfim, compreender a nossa realidade individual, fazer uma autoanálise de maneira mais fundamentada e próxima do ideal e, finalmente, obter nossa mais valiosa conquista: a independência.

Aquele que olha para si a procura da felicidade, para mim, está diante de um espelho embaçado. No entanto, é possível limpar cada pedacinho através do autoconhecimento e conquistar sua liberdade de tudo o que não faz parte da sua realidade. Assim, não há medo, culpa ou estresse que impeça este indivíduo de conquistar cada um de seus objetivos. Pois nada, exatamente NADA, segura uma pessoa consciente do seu potencial.

 

Autor: Rodrigo Stucchi

Assessor de Comunicação, jornalista literário, escritor, designer gráfico e futuro psicanalista

 

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