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Amizade: convencional ou incondicional?

Todos nós possuímos ao menos uma pessoa a quem possamos chamar de amigo.

Alguém com quem nos pechamos em um dos muitos meios sociais nos quais estamos inseridos e que, por despertar em nós algum tipo de simpatia, de ligação – seja ela instantânea ou não-, acabamos anexando à nossa vida, convidando a fazer parte de nossa história.

Somos, desde que nascemos, seres sociais. Nos reconhecemos e nos afirmamos através do olhar do outro. E, por mais que não percebamos, essa é a função dos amigos: eles amenizam sua angústia ao mostrar que a compreendem e tornam sua alegria ainda mais real apenas por existirem e permitirem que ela seja compartilhada.

Mas, quando o assunto é amizade, e refletindo sobre as que eu mesma cultivo, não consigo deixar de me fazer a seguinte pergunta: com quantas -se é que há alguma- das pessoas com quem trocamos uma relação de amizade, estabelecemos uma empatia e um vínculo realmente verdadeiros?

Possuímos muitos companheiros, pessoas com quem compartilhamos e que testemunharam diferentes momentos de nossas vidas, pessoas que certamente serão convidadas para nossas formaturas e casamentos, mas, me pergunto com quantas delas trocamos uma genuína cumplicidade e preocupação mútua.

Acredito que relações de amizade assim sejam raras.

Aquelas em que, apesar da distância, não existem brechas para que um se distraia do outro.

Em que há cuidado mesmo quando o outro não está vendo.

Em que há sensibilidade ou insistência suficientes para que se perceba a necessidade do outro, bem como para ajudar a saná-la.

Seria lindo se alcançássemos toda essa profundidade, esse amor sincero e gratuito, em nossas relações de amizade.

Um funcionaria, por assim dizer, com uma extensão do outro.

O sorriso, quase como um bocejo, seria contagioso.

O fazer pelo outro seria como o fazer para si mesmo: automático; necessário; inquestionável.

Tendo consciência de todo o amor que somos capazes de destinar a nós mesmos, que possamos refletir acerca do quanto somos capazes de dar para aqueles que ousamos chamar de amigos.

Autor: Patrícia Pinheiro

www.patriciapinheirotextos.com.br

2 thoughts on “Amizade: convencional ou incondicional?

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