Amada, escuta teu próprio coração contente que canta e lhe diz assim: “A dor é sempre ponte entre duas alegrias”.

Ele voltou batendo forte, após viagem longa, trazendo mimos, amores e segredos insuspeitos há tanto pelo teu olhar torto e triste, cultivado pela tua falta de fé.

Sabe aquelas milhares de coisas boas que tu vivestes; delícias, encantos, milagres e sonhos colecionados ao longo da tua vida sem você se aperceber? É hora de colher tuas qualidades e bençãos sob o disfarce de sorte que caíram do céu e vieram do nada, pois tudo isto deu em frutos. Colheitas de serenidade e imensidão em poder ver com as lentes limpas da alma e ouvir, sem mais aquela intromissão tagarela e rebelde da parte sabotadora de nós mesmos.

Ver é revelar o que é bonito. Ouvir é aceitar com gratidão. E saiba: só vê beleza quem tem beleza dentro, pra reconhecer o que ela é, afinal, como irias saber se não soubesse? Assim, a gente só pode dar o que tem.

Passamos tempo demais carregando ilusões a meio-sorriso e a meio-encanto, nos convencendo de que não somos, de que não temos, de que não é bem-vindo; de que sempre falta, de quem sabe um dia? Que as coisas são assim e ponto final.

Amada, diante de tudo aquilo que você entendeu como desamparo e silêncio, foi apenas um esquecer-se de si mesma; nuvem cinza em dia ruim que passou revelando céu azul por detrás dela. E agora que o coração escuta bem, sabe quão pueris são as crenças que nos prendem e quão sedutoras se fazem as partes que não são inteiras.

Às vezes levamos um chacoalho da vida e o amor corre assustado. Busque-o de volta e lembre-se que é pela dor que o amor se fortalece. Por isso meu amor, que a fé não se apague nem se assuste pelo escuro que sopra. A razão pode se fazer velha e adulta, mas o coração permanece sempre inocente e entregue.

Aproveita pra quando a cabeça se distrair com todas as suas perguntas, deixar a resposta ser silêncio a preencher tua alma; pois, é com este silêncio enfeitando o coração que este lhe conta mais uma coisa: Às vezes o amor pode se afastar, pra voltar ainda mais bonito.

Autor: Guilherme Antunes

Natthalia Paccola

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